Estava a precisar de fazer uma limpeza . . . De deitar fora alguns pensamentos indesejados . . . Por isso, deitei fora alguns sonhos e algumas ilusões . . . tirei do computador lembranças que não quero ver mais . . . Cartas que nunca usei e sorrisos que nunca darei . . . Deitei fora a raiva e o rancor dos sentimentos murchos que estavam dentro de mim . . . Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas e meti as na minha mesa de cabeceira.
Fiquei sem paciência! Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão:
Paixões escondidas . . . desejos reprimidos . . . palavras horríveis que nunca queria ter dito . . . mágoas de um amigo . . . lembranças de um dia triste . . . Mas, lá também havia outras coisas . . . Coisas belas! Uma paisagem linda na minha janela . . . O pôr-do-sol . . .
E fui me encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças . . .
Sentei me no chão para poder fazer as minhas escolhas, tirei pro saco do lixo os restos de um amor que me magoou, agarrei as palavras de raiva e de dor que estavam no meu coração e também joguei fora no mesmo instante!
Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas, se as esqueço ou se mando para o lixo. E ainda fui aquela gaveta que a gente guarda tudo o que é mais importante: O amor . . . a alegria . . . os sorrisos . . . os abraços . . . um dedinho de fé para os momentos que mais precisamos . . . E como foi bom relembrar tudo aquilo!
Guardei com carinho o amor encontrado, dobrei os desejos, coloquei perfume na esperança . . . passei um pano na prateleira das minhas metas e deixei-as à mostra para não as perder de vista. E pendurado bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar e de recomeçar!