Como defino...

Saudade... como defino saudade? Não consigo... É dos sentimentos mais avassaladores que existe.
Como se descreve o vazio? O silêncio? A ausência? O pedaço de nós que se ausentou? 
Saudades não é só sentir falta de alguém. É sentir a falta de alguém em nossa vida, dentro de nós... É ter saudades de nós com alguém. É sentir saudades dos abraços, dos mimos, dos beijos, dos bons momentos,  o estar só por estar ...
Como se traduz em palavras aquilo que a saudade corta sem nada nos tocar, que fere, que magoa, que esvazia, que ecoa, que enlouquece...
São pequenas as palavras que descrevem a saudade que sinto.
Definir saudade? Não me é possível, talvez por a sentir tão em mim. Talvez porque me toque na pele todos os dias... Saudades !!!

Quero-te ...

Quero-te perto de mim... Quero a tua pele colada na minha... O teu sorriso perto do meu... Quero que este silêncio que estou a sentir por instantes em que aqui não estás desapareça...
Quero-te agarrado ao meu pescoço... preso no meu corpo... com os teus beijos quentes...
Quero entender te na ausência e na presença ... Quero simplesmente ficar assim, perto de ti... ouvir o bater do teu coração e sentir as tuas mãos...

Mas quero te!

Se ... sem ti vivo, continuarei a viver... 
Não preciso de ti, mas quero-te!
Não preciso de ti para respirar, mas o ar contigo é mais leve.
Não preciso de ti aqui, mas quero partilhar contigo o mesmo espaço. 
Não preciso de ti para sorrir, mas contigo o meu sorriso ganha outra cor.
Não preciso de ti para um beijo, mas o sabor do teu é mais doce. 
Não preciso de ti para um abraço, mas o teu é mais aconchegante.
Não preciso de ti para ser eu, mas o nós fascina me.
Não preciso das tuas mãos em mim, mas são essas que me saciam.
Tenho uma vida. Tenho os meus dias. Tenho as minhas birras. Tenho os meus sorrisos. Tenho as minhas coisas. Tenho as minhas manias. Tenho-me a mim... Não preciso de ti... Mas quero-te!O teu silêncio perturba-me, deixa-me na angustia da imaginação, no limiar da insanidade, na ignorância ... Deixa-me às voltas com as certezas e baralha-me as dúvidas. Um silêncio que tudo diz. Basta eu própria querer ouvi-lo...

Dias.

Há dias em que me sinto só ... triste... vazia ... Dias em que apenas me apetece um abraço, um mimo. Dias em que o mundo é um lugar grande demais. Onde  o tempo é demasiado longo. Onde o silêncio faz demasiado barulho.
Há dias em que me sinto pequena. Demasiado pequena para ser ouvida. Demasiado pequena para me querer fazer ouvir. Demasiado pequena para saber pedir.
Dias em que sou metade do tamanho. Dias em que sinto saudade ... desejo imenso, vontade de ti ... do teu abraço ... do teu beijo doce ...do teu afago calmo.
Mas há dias em que me sinto completa, cheia e alegre. Dias em que eu sou o mundo e que nada me faz falta, dias em que não sinto saudades de ninguém. Dias em que sou grande mesmo sozinha!